Com a chegada da cepa 1b da MPox ao Brasil, o alerta foi intensificado. Autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação, do diagnóstico precoce e do monitoramento de casos. A meta é conter a transmissão e evitar complicações graves.
Casos se espalham pelo país
O Brasil enfrenta um novo alerta sanitário com o aumento de casos de MPox, também conhecida como varíola dos macacos. Até abril de 2025, o Ministério da Saúde confirmou 373 casos da doença, além de 39 casos prováveis e 258 suspeitos. Os estados do Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das ocorrências, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Pará.
No Pará, por exemplo, 19 casos foram confirmados, e duas mortes associadas ao vírus ocorreram neste ano. O cenário mobilizou gestores públicos e profissionais da saúde, que agora reforçam a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce, especialmente em populações mais vulneráveis.
Apesar de a maioria dos casos evoluírem de forma leve, pessoas imunossuprimidas, crianças pequenas, gestantes e idosos correm maior risco de desenvolver complicações. A doença, geralmente, apresenta febre, calafrios, mal-estar, dores musculares e, sobretudo, lesões cutâneas que surgem no rosto, nas mãos, nos pés e na região genital.
Nova cepa 1b é identificada em São Paulo
Um dos pontos de maior preocupação das autoridades sanitárias é a chegada da cepa 1b da MPox, considerada mais letal. O primeiro caso foi identificado em março, em uma mulher de 29 anos da região metropolitana de São Paulo, após contato com um familiar que havia retornado da República Democrática do Congo, país onde a variante é endêmica.
Embora não tenha havido mortes relacionadas à cepa 1b fora da África até o momento, o risco de disseminação exige respostas rápidas. O Ministério da Saúde destacou equipes para monitorar o caso e adotou medidas adicionais de rastreamento e vigilância.
A transmissão da MPox ocorre principalmente por contato direto com fluidos corporais, secreções de lesões de pele, objetos contaminados e relações sexuais. Embora a infecção possa acontecer por gotículas respiratórias, ela exige proximidade e tempo de exposição mais prolongado.
Adicionalmente, roedores e primatas infectados podem transmitir o vírus a humanos. Mesmo assim, a transmissão entre pessoas continua sendo a mais relevante nos surtos recentes, de acordo com o Ministério da Saúde.
Governo amplia testes e prepara novas doses da vacina
Diante do crescimento dos casos, o governo federal intensificou as ações de enfrentamento à doença. Em janeiro de 2025, o Ministério da Saúde anunciou a aquisição de 34.560 novos testes para MPox, visando ampliar o diagnóstico em todo o país. Além disso, negociações estão em andamento para a compra de 25 mil novas doses da vacina Jynneos, usada contra a varíola e eficaz também contra a MPox.
Desde 2023, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses do imunizante, das quais mais de 29 mil foram aplicadas. A vacinação segue voltada para grupos prioritários, incluindo pessoas vivendo com HIV, profissionais da saúde, homens que fazem sexo com homens (HSH), e pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados.
As autoridades também reforçam a importância do isolamento dos pacientes até que todas as lesões estejam cicatrizadas. Além disso, a notificação imediata de casos suspeitos continua sendo obrigatória, como forma de conter a cadeia de transmissão.
Conscientização e informação ainda são as melhores ferramentas
Embora a situação atual da MPox esteja sob controle, o recente crescimento no número de casos e a circulação de uma nova cepa exigem atenção redobrada da população e dos serviços de saúde. A maioria das pessoas se recupera espontaneamente, mas a rápida identificação dos sintomas e o início do acompanhamento médico podem evitar complicações e novas transmissões.
Entre as principais recomendações estão: evitar contato com pessoas com lesões suspeitas, manter bons hábitos de higiene, usar preservativos em relações sexuais e buscar ajuda médica ao perceber os sintomas iniciais.
Por fim, combater a desinformação é essencial. Ao se basear em fontes confiáveis e seguir as orientações das autoridades de saúde, todos podem contribuir para frear o avanço da MPox no Brasil e proteger os grupos mais vulneráveis.