Guia de estudos: Broncoespasmo

O broncoespasmo é a condição determinada pela contração dos músculos lisos ao redor dos brônquios, resultando no estreitamento das vias aéreas e na dificuldade respiratória. Podemos frequentemente associá-la a doenças como asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e reações alérgicas.

Observamos sua ocorrência quando há uma hiperreatividade das vias aéreas, levando à contração involuntária da musculatura lisa brônquica. Assim, esse processo reduz o fluxo de ar para os pulmões, podendo causar sintomas como falta de ar, chiado no peito e tosse. Diversos fatores podem ser responsáveis por desencadeá-los, incluindo alergias, infecções respiratórias, exposição a irritantes ambientais e exercício físico intenso.

Ainda mais, segundo Global Initiative for Asthma (GINA, 2023), o broncoespasmo é um dos principais mecanismos fisiopatológicos da asma. Desta forma, há uma relação significativa com a inflamação crônica das vias aéreas e com a hiperresponsividade brônquica.

Causas e Fatores de Risco

São muitos os possíveis fatores causadores. De fato, estes podem variar conforme a predisposição do paciente e sua condição clínica. Por exemplo, podemos destacar dentre eles aspectos como:

  • Doenças Respiratórias: as principais condições que associamos ao broncoespasmo são asma e DPOC. Desta maneira, em pacientes asmáticos, o contato com alérgenos pode desencadear crises frequentes;
  • Alergias: exposição a pólen, ácaros, pelos de animais, fungos e outros alérgenos pode provocar resposta inflamatória nas vias aéreas, resultando em broncoespasmo;
  • Infecções Respiratórias: vírus e bactérias podem irritar as vias aéreas, levando ao estreitamento brônquico e à dificuldade respiratória. Realmente, podemos encontrar estudos demonstrando que infecções virais são uma das principais causas de exacerbação asmática (Kumar et al., 2021);
  • Irritantes Ambientais: poluição do ar, fumaça de cigarro, produtos químicos e odores fortes podem causar inflamação e broncoespasmo em indivíduos sensíveis;
  • Exercício Físico: em alguns indivíduos, o exercício físico pode induzir o broncoespasmo. De fato, isto ocorre devido ao resfriamento e secagem das vias aéreas durante a respiração intensa (Parsons & Mastronarde, 2007);
  • Reações a Medicamentos: alguns fármacos, como betabloqueadores e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), podem desencadear broncoespasmo em pacientes suscetíveis.

Sinais e Sintomas

Os sintomas variam de leves a graves. Deste modo, podem incluir:

  • Falta de ar (dispneia)
  • Chiado no peito (sibilância)
  • Tosse seca ou produtiva
  • Sensação de aperto no peito
  • Fadiga e cansaço excessivo

Nesse sentido, notamos que, em casos mais graves, o broncoespasmo pode levar à insuficiência respiratória. Nos casos mais severos, portanto, há necessidade de intervenção médica imediata.

Diagnóstico

Podemos basear o diagnóstico do broncoespasmo, sobretudo, na avaliação clínica e em exames complementares. Dessa forma, os principais métodos incluem:

  • Espirometria: avalia a função pulmonar, por conseguinte, identificando a obstrução do fluxo aéreo;
  • Teste de Broncoprovocação: utilizamos este método para diagnosticar a indução do broncoespasmo por exercícios ou alérgenos;
  • Oximetria de Pulso e Gasometria Arterial: o fazemos para medir a oxigenação do sangue em casos mais graves;
  • Radiografia de Tórax: são eficientes para descartar outras condições pulmonares.

Tratamento

Conforme discutimos acima, o tratamento do broncoespasmo depende da sua causa e gravidade. Desse modo, as principais abordagens incluem:

Uso de Broncodilatadores
  • Beta-2 agonistas de curta ação (SABAs): como o salbutamol, são utilizados para alívio imediato dos sintomas;

Ademais, administra-se preferencialmente o salbutamol por via inalatória, pois ele proporciona um efeito rápido, geralmente em poucos minutos, e sua ação dura de 4 a 6 horas.

  • Beta-2 agonistas de longa ação (LABAs): além disso, o formoterol, são indicados para o controle a longo prazo, mantendo as vias aéreas dilatadas por até 12 horas. Assim, os LABAs são indicados principalmente para manutenção e, portanto, não devem ser usados isoladamente no tratamento da asma. Dessa maneira, é fundamental que sejam sempre combinados com corticosteróides, a fim de garantir o controle completo da inflamação e dos sintomas.

Corticosteróides

  • Inalados (ICS): budesonida, são usados para controlar a inflamação brônquica em condições como asma e DPOC, sendo exemplos a beclometasona e outros corticosteróides. Esses medicamentos são a base do tratamento de manutenção, ajudando a controlar a inflamação subjacente e prevenir exacerbações a longo prazo;
  • Oral ou endovenosa: utilizados em casos graves para controle rápido da inflamação (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease – GOLD, 2023).

Reabilitação Pulmonar

Pacientes com DPOC e broncoespasmo frequente podem se beneficiar de programas de reabilitação pulmonar para melhorar a função respiratória.

Prevenção e cuidados a longo prazo

Em conclusão, medidas preventivas incluem educação do paciente, controle ambiental, plano de ação personalizado, vacinação, acompanhamento médico, atividade física adaptada e gestão do estresse. Com efeito, com um diagnóstico preciso e tratamento adequado, é possível reduzir a frequência e intensidade das crises, melhorando a qualidade de vida dos pacientes

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