Hipertensão: o estresse por trás disso

A hipertensão é uma das doenças crônicas mais comuns no mundo, sendo muitas vezes chamada de “assassina silenciosa” por se desenvolver de maneira discreta. No entanto, pouca gente sabe que o componente emocional também pode influenciar diretamente o controle da pressão arterial.

O que é hipertensão e por que ela é perigosa

A hipertensão arterial ocorre quando a força do sangue contra as paredes das artérias se mantém elevada de forma constante. Em situações normais, a pressão pode variar ao longo do dia, aumentando em momentos de estresse ou esforço físico e diminuindo durante o repouso. Entretanto, quando a pressão permanece acima dos níveis considerados saudáveis (normalmente 140/90 mmHg), é estabelecido o diagnóstico de hipertensão.

Esse problema afeta diversos órgãos, como o coração, os rins e o cérebro. Se não for controlada, a hipertensão pode levar a infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e insuficiência renal. Além disso, a doença costuma ser assintomática nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por essa razão, o monitoramento regular da pressão arterial é fundamental para a saúde.

Muitos fatores contribuem para o surgimento da hipertensão, incluindo herança genética, excesso de peso, sedentarismo, consumo exagerado de sal, álcool e tabaco. Contudo, o componente emocional também desempenha um papel importante, ainda que muitas vezes subestimado.

Como o emocional influencia a hipertensão

Embora a hipertensão tenha uma forte base física, o estado emocional influencia diretamente o comportamento cardiovascular. Quando uma pessoa experimenta emoções intensas, como raiva, ansiedade ou tristeza, o corpo reage liberando hormônios como adrenalina e cortisol. Esses hormônios elevam a frequência cardíaca e contraem os vasos sanguíneos, aumentando temporariamente a pressão arterial.

Se situações de estresse forem frequentes ou se o indivíduo tiver dificuldades para lidar com suas emoções, o sistema cardiovascular poderá ser sobrecarregado. Como consequência, a pressão alta deixa de ser um evento passageiro e se torna um problema crônico.

Além disso, muitos hábitos prejudiciais surgem em resposta a desequilíbrios emocionais. Comer em excesso, fumar, ingerir bebidas alcoólicas ou negligenciar a prática de atividades físicas são comportamentos que, ao longo do tempo, elevam ainda mais o risco de hipertensão.

A boa notícia é que o componente emocional também pode ser trabalhado. Técnicas de relaxamento, práticas como yoga e meditação, atividades físicas regulares e terapia psicológica ajudam a reduzir o impacto do estresse no organismo. Assim, além do uso de medicamentos quando necessário, a gestão das emoções se mostra uma ferramenta poderosa na prevenção e no controle da pressão alta.

Prevenção e tratamento: corpo e mente em equilíbrio

Manter a pressão arterial sob controle exige atenção a diversos aspectos da vida. Primeiramente, uma alimentação equilibrada é essencial. Recomenda-se reduzir o consumo de sódio, aumentar a ingestão de frutas, legumes, grãos integrais e fontes magras de proteína.

O exercício físico regular também é fundamental. Atividades como caminhadas, natação e dança, praticadas pelo menos 150 minutos por semana, fortalecem o coração e ajudam a regular a pressão. Além disso, esses momentos de atividade servem como válvula de escape para o estresse do dia a dia.

No entanto, cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Praticar a respiração profunda, dedicar momentos para o lazer, estabelecer uma rotina de sono adequada e buscar apoio emocional quando necessário são atitudes que protegem a saúde cardiovascular.

Em alguns casos, mesmo com mudanças no estilo de vida, o uso de medicamentos anti-hipertensivos será necessário. Entretanto, é importante destacar que o tratamento deve ser individualizado e sempre acompanhado por um profissional de saúde.

O sucesso no controle da hipertensão não depende apenas de remédios, mas da adoção de um estilo de vida que priorize o equilíbrio físico e emocional. Assim, é possível viver mais e melhor, reduzindo o risco de complicações graves e garantindo mais qualidade de vida.

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