Bronquiolite: é a principal causa de morte infantil
Recentemente, filhos de figuras públicas como o cantor João Gomes e a influenciadora Virginia Fonseca enfrentaram um quadro de saúde grave. Ambos foram diagnosticados com bronquiolite. No caso da última, a mãe informou que o menino não está em estado grave, mas, ainda assim, precisa de tratamento intensivo. De forma semelhante, a esposa do músico usou suas redes sociais para alertar sobre a gravidade da doença. Além disso, dados da plataforma Info Gripe, da Fiocruz, indicam que houve um aumento expressivo de casos de bronquiolite neste ano em relação aos números de 2023. Até o dia 20 de julho, mais de 22 mil casos foram registrados em bebês de até 2 anos.
O que é a Bronquiolite e como se desenvolve
É uma infecção respiratória causada por diversos vírus, como o adenovírus, a parainfluenza e a influenza. Inicialmente, ela pode se manifestar com sintomas semelhantes aos de uma gripe, incluindo coriza e febre. Entretanto, à medida que a doença evolui, o quadro pode se agravar rapidamente, afetando as vias respiratórias inferiores. Em situações mais graves, a condição pode exigir ventilação mecânica para o paciente.
Nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico das crianças ainda está em desenvolvimento, o que as torna mais suscetíveis a infecções respiratórias. Consequentemente, a bronquiolite é a principal causa de hospitalização entre crianças, sendo que 75% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida.
Além disso, a doença também é considerada a principal causa infecciosa de morte em crianças de até um ano, representando uma grande ameaça à saúde infantil. De acordo com Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia, a bronquiolite tem um impacto significativo na vida dos pequenos. Embora, na maioria dos casos, não exija internação, suas complicações podem ser severas, causando grande preocupação entre os pais.
Sintomas e Diagnóstico
Inicialmente, os sintomas da doença podem ser confundidos com os de um resfriado comum. Assim, os principais sinais incluem:
- Coriza: secreção nasal clara;
- Tosse: inicialmente leve, mas podendo piorar com o tempo;
- Febre baixa: nem sempre presente.
Porém, conforme a doença progride, outros sintomas podem surgir, tais como:
- Dificuldade para respirar: respiração rápida ou curta;
- Chiado no peito: som sibilante ao expirar;
- Retração das costelas: movimento visível das costelas para dentro durante a respiração;
- Irritabilidade ou letargia: alterações no comportamento devido ao desconforto respiratório.
Dessa forma, o diagnóstico é realizado pelo médico pediatra, que avalia o exame físico, o histórico de saúde e os sintomas apresentados pelo paciente.
Fatores de Risco
Certas crianças apresentam um risco aumentado de desenvolver formas mais graves de bronquiolite. Entre os fatores de risco estão:
- Idade: bebês com menos de seis meses;
- Prematuridade: nascidos antes das 37 semanas de gestação;
- Doenças cardíacas ou pulmonares crônicas: como cardiopatias congénitas ou displasia broncopulmonar;
- Sistema imunológico comprometido: devido a condições médicas ou tratamentos.
Tratamento e Cuidados
Na maioria dos casos, a bronquiolite pode ser tratada em casa com medidas simples, como:
- Hidratação adequada: oferecer líquidos regularmente para evitar a desidratação;
- Higiene nasal: utilizar soro fisiológico para limpar as vias respiratórias;
- Ambiente arejado: manter o local bem ventilado e livre de fumaça.
Entretanto, em casos moderados a graves, especialmente quando a criança apresenta dificuldade respiratória significativa ou baixa oxigenação, a hospitalização pode ser necessária. O tratamento hospitalar pode envolver:
- Oxigenoterapia: suplementação de oxigênio para manter os níveis adequados;
- Fisioterapia respiratória: técnicas para melhorar a ventilação e remover secreções;
- Suporte nutricional: assegurar a ingestão calórica adequada.
Como prevenir a bronquiolite em crianças
Embora ainda não haja uma vacina específica contra a bronquiolite, algumas medidas de prevenção são fundamentais para proteger os bebês da doença. Dessa forma, é essencial:
- Higienizar regularmente as mãos: lavar as mãos frequentemente é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão do vírus;
- Evitar o contato com pessoas doentes: manter o bebê afastado de indivíduos com sintomas respiratórios;
- Evitar aglomerações: locais lotados aumentam o risco de infecção;
- Priorizar a amamentação: o leite materno contém anticorpos que fortalecem a proteção contra infecções;
- Manter o ambiente ventilado e limpo: utilizar umidificadores pode aliviar as vias respiratórias;
- Buscar diagnóstico precoce e acompanhamento médico: identificar a doença no início permite um tratamento mais eficaz.